segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Férias finalmente.

Em casa, nesse friozinho que eu nem sabia que ainda existia, tão diferente do calor de 50º do Rio de Janeiro, não consigo nem reclamar da maritaca que pousa todas as manhãs no pé de goiaba em frente à janela do meu quarto, gritando desesperadamente.
Até a conexão instável da internet, que me deixaria insana em outros tempos, me traz paz.
Me desconectar era necessário afinal.
Depois de muito tempo eu estou escrevendo, e não digitando, um texto.
Essa preguiça de ligar o computador me fez lembrar de como é boa a sensação de ter um lápis desenhando os meus pensamentos.

O meu celular descarregou há umas 5 horas e eu esqueci de por pra carregar.
As minhas maiores urgências aqui são impedir que o Gonpo, meu cachorrinho, coma mais uma meia;
ajudar a minha mãe a achar um canal com filme bom;
ir até a sala checar se está tudo bem com o meu pai, e descobrir que o motivo do muxoxo é que ele largou em 12º no gran turismo;
ouvir a música que a minha afilhada compôs enquanto eu estava fora e segurar as lágrimas que a melodia me proporcionou;
conversar sobre novela com a minha avó, ouvindo ela falar que mais do que raiva da vilã ela tem raiva é da mocinha;
ver o orgulho nos olhos da minha priminha quando ela mostra pra mim como estão gordinhos os filhotinhos da cadela dela e consequentemente sentir orgulho dela;
continuar a bolsa de crochê que eu comecei a fazer no verão passado;
correr pra janela antes que a primeira estrela apareça, é brega, mas é uma urgência minha, fazer o que?

Todo esse cenário combina tanto com O Enforcado que eu tirei no tarô...
Coincidência ou não, o conselho é dos bons: o melhor a fazer é não fazer nada.
Sinto que entendo um pouco o que o mais sábio dos meninos, Manoel de Barros, disse sobre dar respeito às coisas desimportantes.
Pelo menos por enquanto, permitam que eu aproveite o luxo dessa inércia.

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