quarta-feira, 30 de março de 2016

Não sei

No que eu estava pensando quando eu aceitei te ver de novo?
Eu já não tinha dito que a gente é incompatível?
O que é que a gente tanto procura nos olhos um do outro?
Eu te falei com todas as letras que não confio em você!
Você diz que eu vou ver que você não é de todo ruim.
E eu prometi para mim mesma que antes que você conseguisse mostrar uma coisa boa vinda de você, eu fugiria.
Mas eu não fugi até agora. Parece que eu quero ser convencida.
Foi preciso muita força para ir embora quando você me implorou para ficar.
E no caminho de volta para casa eu já não sabia se os calafrios que eu sinto percorrerem a espinha quando você sorri esse seu sorriso malicioso eram mesmo frutos do medo.
Eu já não sei de nada.
Pior do que o tempo que eu passo com você, me esforçando para que as minhas orações coordenadas façam sentido, é o tempo que eu passo naquele trem que você faz questão de me levar até a porta, como se estivesse me conduzindo até o meu auto-julgamento, onde eu me arrependendo de cada vírgula que eu disse.
Você me deixa ansiosa quando eu não te vejo, quando eu penso em te ver, quando eu penso em nunca mais te ver de novo e quando eu, de fato, estou te vendo, na minha frente, com a sobrancelha esquerda levantada, parecendo se aproveitar de cada uma das minhas inseguranças.
Você poderia por favor ser menos polido com a garçonete?
Eu já te disse que a gente divide a conta.
Poderia, por favor tirar a mão do meu ombro?
Poderia parar de reclamar da solidão que sente na sua casa nova?
Eu consigo ir pegar o meu próprio copo de água, obrigada.
Eu posso abrir as minhas próprias portas.
A pronuncia errada do meu nome na sua voz me agride.
Eu repasso todo o jantar, mas não me lembro do gosto da comida.
Eu mal me lembro de como eu andei da estação até esse quarto frio.
Cada vez sinto mais o meu descontrole sobre a situação.
Cada vez sinto mais o seu controle sobre mim.

terça-feira, 29 de março de 2016

O que eu posso te dizer agora.

Eu tenho um medo danado de que isso se torne um drama.
Porque agora são flores, mas flores murcham. É a lei da vida.
Eu tenho medo do estrago que eu possa vir a causar na sua vida.
E você na minha.
Porque agora só vemos sorrisos, só ouvimos o som das nossas gargalhadas.
Mas quando a gente estiver longe demais pra se ver e ouvir, será que ainda vai achar graça?
Agora a minha vontade de te agarrar é grande demais.
Mas o meu medo de ter que te deixar ir daqui a algum tempo talvez seja maior.
Aquela dilema: pior nunca ter tido, ou ter para depois perder?
Eu não quero te perder. E isso tem me impedido de te ganhar.
Mas a gente seria maravilhoso um pro outro, se o seu lar não fosse um mundo no qual eu estou só de passagem.
Seria egoísta demais te pedir para vir comigo?
Eu seria corajosa o suficiente para ser egoísta com você?
Eu gosto de você. Mas não sei se a ponto de te roubar de si mesmo, entende?
Ou talvez eu goste de você a ponto de não ser capaz de te roubar de si mesmo.
Mas por enquanto peço que você me dê a mão. Pelo menos por agora.
Vou te pegar emprestado, se você me permitir.
Vou me entregar por inteiro para você porque de outro jeito eu não sei fazer.
A eternidade que o agora pode nos trazer só depende de até onde a gente leva o agora.
É difícil de explicar, mais ainda de fazer, mas, amor, entenda uma coisa: por mais que eu não goste de dizer adeus, eu gosto muito de você.


segunda-feira, 7 de março de 2016

This is not a goodbye letter

You know what?
Forget everything.
That's what I'm gonna do.
Otherwise I can't move on.
I'll try to live as if I've never ever met you, and maybe it will erase my wish of meeting you again.
I'll replace all the nightmares of never seeing you again by dreams of a life where I never saw you.
And every single tarot card that told me we could be something special, I'll forget them too. 
There's no point in hearing what the cards have to say about how you feel, if you refuse to tell me yourself. 
Those stupid cards can't love me. 
Only you could, but you don't.
I was scared of how empty my life would become without the thought of you,but if I had never thought of having you in my life in the first place, I would have never feel empty realizing that I don't, and never will, have you.
I'll forget the awkward first "hello" in the train station, so I'll never have to worry again about how awkward our last "goodbye" would be. 
So this is not a goodbye letter.
Because you can't say "goodbye" to someone whom you never "said" hello.