terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

"Curtidas"

Oi, o meu nome é Julie e eu sou viciada em redes sociais.
Olho o meu smartphone umas 1938294039 vezes por dia e me odeio por isso.


Facebook, instagram, twitter, snapchat, whatsapp e outros tantos. Faço uso deles.
Ou eles fazem uso de mim, sei lá.


Eu sei que não estou só, e isso não me consola nem um pouco.
Pelo contrário, me aterroriza.


Não vou chegar com aquele papo anti-tecnologia que não acrescenta em nada, até porque, a tecnologia não vai regredir, e nem deve, a tecnologia é o máximo!
Mas é aquela frase do tio Ben, o tio do homem-aranha, que me faz refletir:
“Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.


Hoje em dia, você posta na internet o que quiser.
Se quiser postar 80 selfies idênticas no seu perfil do facebook, você pode.
Se quiser falar mal do seu vizinho, pode.
Se quiser mostrar pra todo mundo que tá feliz, é lógico que você pode.


Quem nunca? Eu já.
E foi quando eu percebi o meu comportamento compulsivo que eu percebi que tinha algo errado.


Pra que tanta foto da minha cara?
Pra que deixar todo mundo ver que eu xingo o meu vizinho?
Pra que mostrar que eu tô feliz?
E o pior, pra que mostrar que eu tô feliz mesmo quando eu não tô?


A nova droga é a tal da “curtida”. Ela vicia.
Você se vê fazendo coisas idiotas pra manter o vício.
Você “curte” coisas que não curte, só pra te “curtirem” de volta, e no fundo você sabe que ninguém tá curtindo nada. Todos estão “curtindo”. Tentem entender as aspas.


As pessoas não postam fotos sorrindo porque estão felizes, mas porque querem mostrar que estão felizes.
Estamos alimentando a vida virtual com a vida real.
É isso, a nossa vida real tornou-se alimento da vida virtual.
E por mais delicioso que seja o alimento, uma hora ele vira fezes. Eca!


Não é hipocrisia, é auto-crítica. Eu faço parte dessa geração. E eu tenho medo.
Tenho medo de só sorrir se souber que alguém vai ver.


A internet tem esse grande poder de fazer parecer que estão perto aqueles que estão longe.
Eu moro longe dos meus pais, e graças à internet, a distância não parece tão grande.
Nas férias, quando eu venho para a casa dos meus pais, eu acompanho o que tá acontecendo na vida dos meus amigos pela internet.
Eu falo com pessoas que têm uma vida corrida e só não sumiram da minha vida por causa da internet.


Não posso fazer a internet de vilã.
Não mesmo.


A gente que tá sendo Peter Parker nesse filme chamado Vida.
Estamos deixando o poder chamado internet nos dominar.
Por favor, não vamos chorar quando o tio Ben, grande inspiração para esse texto, for morto pelo bandido que a gente deixou escapar enquanto checava, pela milésima vez, se não tinha notificações novas no facebook.
Pega esse smartphone e faz ele de celular uma vez nessa vida, liga pra polícia, pede pra prenderem o bandido, pede pra eles salvarem o tio Ben, pelamorrrr!!!

Usemos os nossos smartphones com sabedoria!

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