sábado, 11 de abril de 2015

Guarda-chuva


Agora quase não chove, mas eu não esqueço de levar comigo o guarda-chuva todas as vezes que saio de casa.

Não sei porque sempre me escondo de precipitações.
Talvez seja porque nas poucas vezes em que tomei banho de chuva, peguei longos resfriados difíceis de curar.

Mas preciso confessar:
Mais do que um casal dividindo um guarda-chuva, invejo o cliché cinematográfico do homem correndo ao encontro da mulher amada, debaixo de uma chuva torrencial, e quando eles se encontram eles dançam, e se beijam, e se amam, e são as pessoas mais felizes do mundo.
O que me encanta não é a cena em si, mas o depois.

Aposto que assim como eu, eles ficarão resfriados depois da chuva.
Mas eles não se importarão, porque enquanto estiverem doentinhos de amor, eles cuidarão um do outro.
Os dois espirrarão de 15 em 15 segundos, e para eles, não haverá canção mais bela que os incessantes "atchins",
Até a canja mais insossa se tornará o mais delicioso dos alimentos.
Nada soará mais sexy do que as vozes nasaladas um do outro.

Flerte deve ser quando você divide o guarda-chuva com alguém.
Paixão deve ser o que eles sentem durante a chuva.
Amor deve ser o que eles sentem depois que ela passa.

Quase metade de abril, as águas de março já fecharam o verão, e eu ainda não criei coragem pra insistir nem desistir de você.

Acho que eu tô esperando chover.






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