terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Eu não desisti de você

Eu não desisti de você.
Jamais.
Dos dois lados, porém, creio eu,  havia um contrato, mesmo que não assinado por ninguém, que dizia que ninguém esperaria por ninguém.
Quando o contrato foi criado, havia essa noção de que nós dois éramos portadores de canetas, mas ninguém se viu obrigado a assinar.
Até que uma terceira pessoa surgiu com uma terceira caneta e assinou por você.
Se essa pessoa tem ou não uma procuração no seu nome pra fazer valer esse documento, eu não sei, e sinceramente, não acho que faria diferença saber.
Agora eu vejo que cedo ou tarde a gente teria que assinar ou rasgar esse contrato.
O cedo ou tarde, depende da perspectiva, chegou. O seu contrato foi assinado e o meu foi rasgado.
Você aceitou os termos, ao não dizer que não aceitou.
E eu podia continuar ignorando esse contrato pro resto da vida.
Eu podia estar aqui, até agora, não-declarando a minha não-espera por você.
Mas eu não consegui.
E, veja bem, ao rasgar o contrato eu gritava que o que eu mais queria era te esperar, mas rasgando o contrato, tudo o que me restou foi não te esperar. 
Mas não esperar não significa desistir.
Nesse nosso caso, não esperar nada mais é do que não persistir.
Eu tentei, mas não consegui não te dizer que eu não aceito essa condição de talvez te ter um dia, sabendo que talvez eu nunca te tenha.
Não aceitar significa que eu não quero aceitar, mas não significa que eu consiga. 
Eu quero desistir, mas não significa que eu consiga.
Eu não desisti de você.

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