segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Antes das 22h.

Não escrevo para não perder a inspiração. 
Escrevo na tentativa de não perder mais uma noite de sono.

Hoje eu resolvi me adiantar.
Antes das 22h, vou tentar dar um basta em todas as palavras que eu não te disse porque não cabiam ser ditas numa despedida que nunca aconteceu.
Vou dar um basta pelo menos por hoje porque eu preciso dormir.

Eu preciso dormir, mas mesmo em outro país, eu só escuto a sua voz pronunciando o meu nome errado de propósito.
Eu só sinto o seu cheiro forte, mesmo sabendo que você nunca pôs os pés nesse quarto vazio.
Eu só vejo no espelho a falta do sorriso que você tanto elogiava.
E eu choro.

Choro porque sei que faltou de mim.
Faltou dizer que foi tudo por você. 
Desde o adeus até o silêncio. 
Foi tudo por nós dois.
Mas você nunca vai saber.

Porque eu nunca te disse que o beijo que você roubou já era o centésimo que eu te dava se eu fosse contar os que eu tinha imaginado, e eu nem te disse dos outros mil beijos que eu já tinha planejado. 

Porque eu nunca te liguei mesmo quando tudo o que eu mais queria era ouvir a sua voz.

Porque nem o cheiro do perfume desagradável daquele cara que eu beijei só pra tirar você de mim toma lugar do cheiro da sua pele que mora na minha.

Porque eu sempre desacreditei quando você elogiou o meu sorriso.

Agora eu tenho que conviver com o fantasma do seu beijo, do seu cheiro, da sua voz, do meu sorriso.

Já são quase 22h e as palavras ainda não bastaram.

Porque eu sei que nem que elas te alcancem vão bastar pra você. 

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